Notícias

Contas públicas têm superávit de R$ 1,2 bilhão em março, mas dívida avança para 75,7% do PIB, maior nível em dois anos

06 de Maio de 2024 às 12:29:27

Informações foram divulgadas nesta sexta pelo Banco Central. Superávit das contas públicas em março foi assegurado pelo desempenho dos estados e municípios. As contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 1,2 bilhão em março deste ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira (6). Foi o primeiro saldo positivo desde janeiro. Ao mesmo tempo, a dívida pública subiu para 75,7% do PIB em março (R$ 8,34 trilhões). É o maior patamar em dois anos (veja mais abaixo). O superávit primário acontece quando as receitas com impostos ficam acima das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Em caso contrário, há déficit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais. De acordo com o BC, o superávit de março das contas públicas foi assegurado pelo desempenho das contas dos estados e municípios, pois o governo federal ficou no vermelho no mês passado. Veja abaixo: governo federal registrou déficit de R$ 1,9 bilhão em março; estados e municípios tiveram saldo superavitário de R$ 3,4 bilhões; empresas estatais apresentaram saldo negativo de R$ 343 milhões. Parcial do ano e meta fiscal Nos três primeiros meses deste ano, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit de R$ 54,63 bilhões, ou 2% do PIB, contra um resultado positivo de R$ 58,4 bilhões (2,2% do PIB) no mesmo período do ano passado. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões para as contas do setor público consolidado (governo, estados, municípios e empresas estatais). A meta é zerar o déficit para as contas do governo federal. Porém, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual previsto no arcabouço fiscal (a nova regra das contas públicas). Ou seja, pode haver variação de até R$ 28,75 bilhões, para cima ou para baixo, em relação ao objetivo. Com isso, o setor público pode apresentar um resultado negativo de até R$ 42,07 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida. Dívida pública A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,2 ponto percentual do PIB, passando de 75,5% do PIB, em fevereiro deste ano, para 75,7% do PIB em março – o equivalente a R$ 8,34 trilhões. O atual patamar é o mais alto desde abril de 2022 – quando somou 76,3% do PIB. Ou seja, é o maior nível em cerca de dois anos. O reequilíbrio das contas públicas é considerado importante pelo mercado financeiro para evitar uma disparada da dívida brasileira – indicador que é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco. De acordo com o BC, o crescimento da dívida em março está relacionado com as despesas com juros, com a emissão de títulos pelo Tesouro Nacional no mercado financeiro e pela redução do PIB nominal. Mesmo com o arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas aprovada no ano passado, os analistas do mercado financeiro estimaram, de acordo com pesquisa do Banco Central, que a dívida pública brasileira deve atingir 87,5% do PIB em 2032. Para o governo, a dívida avançará até 79,7% do PIB em 2027 (cenário base), mas há possibilidade de que atinja 90,1% do PIB em 2028 (caso as previsões para as contas públicas e para o PIB sejam piores). Os números estão na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, divulgada em abril.

Focus: em semana de Copom, mercado passa a prever corte menor nos juros e Selic em 10,5%

06 de Maio de 2024 às 11:33:28

Até a semana passada, boletim Focus indicava previsão de juro básico a 10,25% – 0,5 ponto percentual abaixo da atual. Nova edição prevê corte de 0,25 ponto; Copom se reúne na quarta. Economistas do mercado financeiro passaram a prever um corte menor de juros nesta semana, de 0,25 ponto percentual. Se confirmado, a Taxa Selic passaria dos atuais 10,75% para 10,5% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta semana para definir o novo patamar de juros – o resultado deve ser divulgado na quarta (8). A nova previsão consta no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia. Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano, após seis reduções seguidas promovidas pelo Banco Central. Na semana retrasada, o mercado financeiro ainda projetava um corte mais pronunciado na taxa de juros, de 0,50 ponto percentual, para 10,25% ao ano. Mercado prevê PIB acima de 2%, inflação mais alta e queda menor da Selic Para definir o nível da taxa Selic, o Banco Central trabalha com o sistema de metas de inflação. Se as estimativas para o comportamento dos preços estão em linha com as metas pré-definidas, pode reduzir a taxa. Se as previsões de inflação começam a subir, pode optar por manter ou subir os juros. A meta central de inflação é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2025. A expectativa do mercado financeiro de um corte menor nos juros nesta semana aconteceu após a equipe econômica do presidente Lula propor uma redução nas metas para as contas públicas neste ano. Para 2025, o governo propôs uma mudança da meta fiscal atual, que é de um superávit de 0,5% do PIB (+R$ 62 bilhões) para uma meta fiscal zero, sem déficit nem superávit. Para 2026, a equipe econômica propôs uma mudança na meta vigente, que é de um saldo positivo de 1% do PIB (cerca de R$ 132 bilhões) para um superávit menor, de 0,25% do PIB -- cerca de R$ 33 bilhões. Com a redução das metas fiscais, o espaço que o governo pode obter para novos gastos públicos é de cerca de R$ 161 bilhões nos dois anos -- o que pode impulsionar mais a inflação. Inflação e PIB Para a inflação deste ano, os analistas dos bancos reduziram a expectativa de inflação de 3,73% para 3,72%. Com isso, a expectativa dos analistas para a inflação de 2024 se mantém abaixo do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,60% para 3,64% na última semana. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado subiu de de 2,02% para 2,05%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia. Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro ficou estável em 2%. Outras estimativas Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC: Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 permaneceu em R$ 5. Para o fim de 2025, a estimativa continuou em R$ 5,05. Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção recuou de US$ 80 bilhões para US$ 79,8 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo avançou de US$ 75 bilhões para US$ 76 bilhões. Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 67 bilhões para US$ 68,8 bilhões de ingresso. Para 2025, a estimativa de ingresso ficou estável em US$ 73 bilhões.